02/12/2011

A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico

Vale a pena ler e entender o ponto de vista daqueles que não querem acreditar em Deus.
O texto é uma produção da jornalista Eliane Brum.

O diálogo aconteceu entre uma jornalista e um taxista na última sexta-feira. Ela entrou no táxi do ponto do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, por volta das 19h30. Como estava escuro demais para ler o jornal, como ela sempre faz, puxou conversa com o motorista de táxi, como ela nunca faz. Falaram do trânsito (inevitável em São Paulo) que, naquela sexta-feira chuvosa e às vésperas de um feriadão, contra todos os prognósticos, estava bom. Depois, outro taxista emparelhou o carro na Pedroso de Moraes para pedir um “Bom Ar” emprestado ao colega, porque tinha carregado um passageiro “com cheiro de jaula”. Continuaram, e ela comentou que trabalharia no feriado. Ele perguntou o que ela fazia. “Sou jornalista”, ela disse. E ele: “Eu quero muito melhorar o meu português. Estudei, mas escrevo tudo errado”. Ele era jovem, menos de 30 anos. “O melhor jeito de melhorar o português é lendo”, ela sugeriu. “Eu estou lendo mais agora, já li quatro livros neste ano. Para quem não lia nada...”, ele contou. “O importante é ler o que você gosta”, ela estimulou. “O que eu quero agora é ler a Bíblia”. Foi neste ponto que o diálogo conquistou o direito a seguir com travessões.
 - Você é evangélico? – ela perguntou.
 - Sou! – ele respondeu, animado.
 - De que igreja?
 - Tenho ido na Novidade de Vida. Mas já fui na Bola de Neve.
- Da Novidade de Vida eu nunca tinha ouvido falar, mas já li matérias sobre a Bola de Neve. É bacana a Novidade de Vida?
- Tou gostando muito. A Bola de Neve também é bem legal. De vez em quando eu vou lá.
- Legal.
- De que religião você é?
- Eu não tenho religião. Sou ateia.
- Deus me livre! Vai lá na Bola de Neve.
- Não, eu não sou religiosa. Sou ateia.
- Deus me livre!
- Engraçado isso. Eu respeito a sua escolha, mas você não respeita a minha.
- (riso nervoso).
- Eu sou uma pessoa decente, honesta, trato as pessoas com respeito, trabalho duro e tento fazer a minha parte para o mundo ser um lugar melhor. Por que eu seria pior por não ter uma fé?
- Por que as boas ações não salvam.
- Não?
- Só Jesus salva. Se você não aceitar Jesus, não será salva.
- Mas eu não quero ser salva.
- Deus me livre!
- Eu não acredito em salvação. Acredito em viver cada dia da melhor forma possível.
- Acho que você é espírita.
- Não, já disse a você. Sou ateia.
- É que Jesus não te pegou ainda. Mas ele vai pegar.
- Olha, sinceramente, acho difícil que Jesus vá me pegar. Mas sabe o que eu acho curioso? Que eu não queira tirar a sua fé, mas você queira tirar a minha não fé. Eu não acho que você seja pior do que eu por ser evangélico, mas você parece achar que é melhor do que eu porque é evangélico. Não era Jesus que pregava a tolerância?
- É, talvez seja melhor a gente mudar de assunto...
O taxista estava confuso. A passageira era ateia, mas parecia do bem. Era tranquila, doce e divertida. Mas ele fora doutrinado para acreditar que um ateu é uma espécie de Satanás. Como resolver esse impasse? (Talvez ele tenha lembrado, naquele momento, que o pastor avisara que o diabo assumia formas muito sedutoras para roubar a alma dos crentes. Mas, como não dá para ler pensamentos, só é possível afirmar que o taxista parecia viver um embate interno: ele não conseguia se convencer de que a mulher que agora falava sobre o cartão do banco que tinha perdido era a personificação do mal.)
Chegaram ao destino depois de mais algumas conversas corriqueiras. Ao se despedir, ela agradeceu a corrida e desejou a ele um bom fim de semana e uma boa noite. Ele retribuiu. E então, não conseguiu conter-se:
- Veja se aparece lá na igreja! – gritou, quando ela abria a porta.
- Veja se vira ateu! – ela retribuiu, bem humorada, antes de fechá-la.
Ainda deu tempo de ouvir uma risada nervosa.  
A parábola do taxista me faz pensar em como a vida dos ateus poderá ser dura num Brasil cada vez mais evangélico – ou cada vez mais neopentecostal, já que é esta a característica das igrejas evangélicas que mais crescem. O catolicismo – no mundo contemporâneo, bem sublinhado – mantém uma relação de tolerância com o ateísmo. Por várias razões. Entre elas, a de que é possível ser católico – e não praticante. O fato de você não frequentar a igreja nem pagar o dízimo não chama maior atenção no Brasil católico nem condena ninguém ao inferno. Outra razão importante é que o catolicismo está disseminado na cultura, entrelaçado a uma forma de ver o mundo que influencia inclusive os ateus. Ser ateu num país de maioria católica nunca ameaçou a convivência entre os vizinhos. Ou entre taxistas e passageiros.
Já com os evangélicos neopentecostais, caso das inúmeras igrejas que se multiplicam com nomes cada vez mais imaginativos pelas esquinas das grandes e das pequenas cidades, pelos sertões e pela floresta amazônica, o caso é diferente. E não faço aqui nenhum juízo de valor sobre a fé católica ou a dos neopentecostais. Cada um tem o direito de professar a fé que quiser – assim como a sua não fé. Meu interesse é tentar compreender como essa porção cada vez mais numerosa do país está mudando o modo de ver o mundo e o modo de se relacionar com a cultura. Está mudando a forma de ser brasileiro.
Por que os ateus são uma ameaça às novas denominações evangélicas? Porque as neopentecostais – e não falo aqui nenhuma novidade – são constituídas no modo capitalista. Regidas, portanto, pelas leis de mercado. Por isso, nessas novas igrejas, não há como ser um evangélico não praticante. É possível, como o taxista exemplifica muito bem, pular de uma para outra, como um consumidor diante de vitrines que tentam seduzi-lo a entrar na loja pelo brilho de suas ofertas. Essa dificuldade de “fidelizar um fiel”, ao gerir a igreja como um modelo de negócio, obriga as neopentecostais a uma disputa de mercado cada vez mais agressiva e também a buscar fatias ainda inexploradas. É preciso que os fiéis estejam dentro das igrejas – e elas estão sempre de portas abertas – para consumir um dos muitos produtos milagrosos ou para serem consumidos por doações em dinheiro ou em espécie. O templo é um shopping da fé, com as vantagens e as desvantagens que isso implica.
É também por essa razão que a Igreja Católica, que em períodos de sua longa história atraiu fiéis com ossos de santos e passes para o céu, vive hoje o dilema de ser ameaçada pela vulgaridade das relações capitalistas numa fé de mercado. Dilema que procura resolver de uma maneira bastante inteligente, ao manter a salvo a tradição que tem lhe garantido poder e influência há dois mil anos, mas ao mesmo tempo estimular sua versão de mercado, encarnada pelos carismáticos. Como uma espécie de vanguarda, que contém o avanço das tropas “inimigas” lá na frente sem comprometer a integridade do exército que se mantém mais atrás, padres pop star como Marcelo Rossi e movimentos como a Canção Nova têm sido estratégicos para reduzir a sangria de fiéis para as neopentecostais. Não fosse esse tipo de abordagem mais agressiva e possivelmente já existiria uma porção ainda maior de evangélicos no país.
Tudo indica que a parábola do taxista se tornará cada vez mais frequente nas ruas do Brasil – em novas e ferozes versões. Afinal, não há nada mais ameaçador para o mercado do que quem está fora do mercado por convicção. E quem está fora do mercado da fé? Os ateus. É possível convencer um católico, um espírita ou um umbandista a mudar de religião. Mas é bem mais difícil – quando não impossível – converter um ateu. Para quem não acredita na existência de Deus, qualquer produto religioso, seja ele material, como um travesseiro que cura doenças, ou subjetivo, como o conforto da vida eterna, não tem qualquer apelo. Seria como vender gelo para um esquimó.
Tenho muitos amigos ateus. E eles me contam que têm evitado se apresentar dessa maneira porque a reação é cada vez mais hostil. Por enquanto, a reação é como a do taxista: “Deus me livre!”. Mas percebem que o cerco se aperta e, a qualquer momento, temem que alguém possa empunhar um punhado de dentes de alho diante deles ou iniciar um exorcismo ali mesmo, no sinal fechado ou na padaria da esquina. Acuados, têm preferido declarar-se “agnósticos”. Com sorte, parte dos crentes pode ficar em dúvida e pensar que é alguma igreja nova.
Já conhecia a “Bola de Neve” (ou “Bola de Neve Church, para os íntimos”, como diz o seu site), mas nunca tinha ouvido falar da “Novidade de Vida”. Busquei o site da igreja na internet. Na página de abertura, me deparei com uma preleção intitulada: “O perigo da tolerância”. O texto fala sobre as famílias, afirma que Deus não é tolerante e incita os fiéis a não tolerar o que não venha de Deus. Tolerar “coisas erradas” é o mesmo que “criar demônios de estimação”. Entre as muitas frases exemplares, uma se destaca: “Hoje em dia, o mal da sociedade tem sido a Tolerância (em negrito e em maiúscula)”. Deus me livre!, um ateu talvez tenha vontade de dizer. Mas nem esse conforto lhe resta.
Ainda que o crescimento evangélico no Brasil venha sendo investigado tanto pela academia como pelo jornalismo, é pouco para a profundidade das mudanças que tem trazido à vida cotidiana do país. As transformações no modo de ser brasileiro talvez sejam maiores do que possa parecer à primeira vista. Talvez estejam alterando o “homem cordial” – não no sentido estrito conferido por Sérgio Buarque de Holanda, mas no sentido atribuído pelo senso comum.
Me arriscaria a dizer que a liberdade de credo – e, portanto, também de não credo – determinada pela Constituição está sendo solapada na prática do dia a dia. Não deixa de ser curioso que, no século XXI, ser ateu volte a ter um conteúdo revolucionário. Mas, depois que Sarah Sheeva, uma das filhas de Pepeu Gomes e Baby do Brasil, passou a pastorear mulheres virgens – ou com vontade de voltar a ser – em busca de príncipes encantados, na “Igreja Celular Internacional”, nada mais me surpreende.
Se Deus existe, que nos livre de sermos obrigados a acreditar nele. 

01/12/2011

A Igreja

Hoje, graças à uma conversa com um grande amigo ateu, passei o dia pensando na instituição chamada igreja. Noto que a sociedade faz questão de divulgar as coisas ruins que a igreja faz: o pastor que rouba os fiéis, as adolescentes que ficam grávidas, os "crentes" preconceituosos e extremistas e muitas outras cagadas cometidas pelos seres humanos que povoam a igreja.

Tudo o que eu mais queria era que, deixando o lado espiritual de lado (porque nem todo mundo vai entender), as pessoas descobrissem o lado bom da igreja. 
Quais são? Bem, traficantes, assassinos, viciados encontram um novo sentido pra vida e pra viver. Deixam os seus velhos hábitos ( não acontece num passe de mágica. É um processo gradual que não será comentado aqui). Outra, famílias são restauradas. Pais entendem o verdadeiro amor incondicional e os filhos aprendem a perdoar. Homens e mulheres que traíram seus cônjuges percebem que essa não é a coisa mais legal de se fazer com alguém. Mais uma: pessoas que não têm família ou alguém para cuidar delas encontram na igreja irmãos, pais, tios, primos e avós e se sentem amados. 
Além das coisas que faz para os de "dentro" a igreja também se dedica no amor ao próximo, criando projetos sociais onde gente que não tinha perspectiva alguma na vida adquire uma profissão, aprende a ler e escrever e ainda tem o apoio com cestas básicas e doações de roupas e etc até conseguirem andar com os próprios pés.


Falando de maneira bem sincera: NA MINHA OPINIÃO ninguém é obrigado a ir para a igreja. VAI QUEM QUER, QUANDO QUER, beleza? A igreja é um lugar para a comunhão, para a socialização e de aprender e ensinar (por que não?) mais sobre Deus.

Infelizmente as pessoas têm preguiça de descobrir o que tem dentro da Bíblia se limitam a ouvir somente aquilo que os pastores dizem, e por isso, tantas vezes repetem baboseiras ditas no pulputo. E o contrário do que muitos outros pensam não só tem gente alienada na igreja.

E para terminar, por favor, parem de usar o termo "CRENTE" para se referirem à todas as pessoas que vão à igreja. Atualmente tem soado aos meus ouvidos de forma pejorativa. Sempre que eu ouço é quando alguém está falando mal, então aprendam a diferenciar um crente de um cristão e de um evangélico.

29/11/2011

atualidades.



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Dou graças a Deus todos os dias por ter me ensinado a não perder tempo discutindo religião, até mesmo porque não é essa a vontade dEle. A cada atualizada no perfil do facebook ou twitter eu me deparo com imagens e frases que só comprovam a que ponto a ignorância alheia pode ir. As pessoas estão se esquecendo que ser cristão não dá a elas o direito de condenar ninguém e muito menos de pagar de perfeito pelas redes sociais da vida. Onde foram parar os frutos do Espírito?! O amor?! A paciência?! A longanimidade?! A mansidão?! A paz?! A bondade?! O domínio próprio?!
 Estão todos ficando loucos, cegos e surdos, cadê a mudez nesses momentos?! 
Deus deu a todos o livre arbítrio, então deixa o povo se virar. Cada um é livre pra fazer o que bem quiser, isso mesmo, o que bem quiser. Se nego acha que viver de séquiço, dorgas e ronquerol é bom, fazer o que?! Sair por aí publicando que eles vão queimar  no inferno?! É CLARO QUE NÃO! A mesma resposta também serve para aqueles que escolheram viver na contra-mão de tudo. Acredite se quiser, mas tem nego que acha melhor ir pra igreja do que ir pra um bar ou então prefere ficar só, do que se tornar um objeto sexual. Agora só por isso ele merece receber chacota ou apelidos infames?! É CLARO QUE NÃO!
Ao invés de sair por aí querendo obrigar as pessoas a viverem do seu jeito, faça um favor a você e a todos: cale essa boca e pare de publicar essas coisas.

01/11/2011

letter /2



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Às vezes, eu penso que é uma coisa sem lógica conversar com você, já que você de tudo sabe e tudo vê - posso apostar que não estou sozinha nessa. Isso só acontece às vezes mesmo, porque eu gosto de falar. Gosto de reforçar aquilo que eu quero e aquilo que desejo agradecer. 
Hoje, não vim aqui pedir e nem agradecer. É isso mesmo, quero fazer algo diferente, quero me declarar pra você, sim uma declaração de amor. Posso cantar?! Cantarei sem vergonha, sem medo de ser julgada, porque só você conhece as reais intenções das minhas ações e essa música se encaixa perfeitamente no momento em que estou vivendo. Tá, chega de enrolação ... 

Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu pensar em você
Isso me acalma, me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver 
(♪)

Eu te amo, melhor amigo. s2

13/09/2011

partículas e idades.

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Tenho reparado que algumas pessoas só se dão conta da existência de Deus quando algo grandioso acontece, tipo um cego recuperar a visão ou um mar se abrir no meio. Claro, que assim como todos eu também curto um milagre, principalmente aqueles mais singelos. Aprendi a gostar das pequenas coisas, a dar mais valor a elas, porque as grandes são sempre cobiçadas. Louvo a Deus quando vejo uma pessoa ser curada de um câncer no útero e o louvo da mesma maneira quando Ele me livra de uma cólica. Ele tem me ensinado que não existe grande ou pequeno, tudo vai depender do nosso ponto de vista, da importância que damos e do valor representado. Fato é que qualquer um pode admirar as coisas grandiosas, mas as pequenas são exclusivas dos que possuem uma fé.

05/08/2011

re - com-me-çar

Esses dias eu estava pensando em um dos passos mais importantes de um cristão: Eu aceitei a Cristo e a minha vida mudou.

É lindo quando vemos o testemunhos de um ex-drogado-prostituto-traficante-bruxo-homossexual-etc... Ficamos emocionados, choramos e repetimos o testemunho para qualquer pessoa que sentar perto da gente.
O problema é quando um conhecido nosso, nascido e criado na igreja, que não tinha aquela vida tão certinha repete a frase - Eu aceitei a Cristo e a minha vida mudou.
Já parou para pensar em como é difícil acreditar nisso? Até porque você vê várias pessoas da sua igreja que falam, e repetem, e repetem e repetem esse "jargão" que ele acabou virando uma espécie de senha para o clube dos santos.
Quando aquele jovem diz: A MINHA VIDA MUDOU! Você dá glória à Deus, como de costume,( mas fala a verdade...) e  fica vigiando para ver se o rapazinho vai cair em tentação só para ter o direito de falar: Viu, era tudo empolgação do retiro.
Sabemos que a mudança completa não vem da noite pro dia. Mudar é difícil, é renunciar uma vida inteira e se acostumar com as coisas novas. Um novo jeito de falar, de andar e de pensar.
É estranho saber que alguém que sempre foi crente tem alguma coisa pra mudar. E como um velho ditado nos alerta... o hábito não faz o monge, assim como a igreja não faz o crente.

28/07/2011

you found me.



Não sei você, mas às vezes eu me comporto como nessa música. Dizendo que Deus me encontrou, mas que Ele chegou um pouco tarde. Que a presença dele já não é tão necessária, porque eu já me encontro jogada no chão, esquecida e cercada. 
Será que isso acontece só comigo?! Será que eu sou a única alma a reclamar que Deus não ouve as minhas preces e nem atende as minhas necessidades?! (que Ele tenha misericórdia de mim).
Eu cheguei de viagem a pouco tempo e fui recebida com uma notícia nada agradável, então a música rodou na minha mente. Novamente eu estava achando que Ele tinha se esquecido de mim, que Ele tinha demorado para aparecer e que por conta disso tinha chegado um pouco tarde. Como eu sou tolinha.
Fato é, que isso é uma grande mentira.! Ele tá sempre com todos, mesmo quando a maioria não o nota. Não é Deus que se atrasa um pouco, somos nós que nos atrasamos para perceber que Ele esteve presente o tempo todo. 

10/07/2011

a vista de um ponto.

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C.S. Lewis dizia que 'O sofrimento é o megafone de Deus para um mundo ensurdecido', a primeira vez que eu li essa frase eu concordei e achei que o pagode rolava desse jeito. Somos todos interesseiros e sempre que a situação complica, lembramos do poder que Deus tem. 
Com um passar do tempo, eu comecei a ver Deus de outra maneira. Não conseguia acreditar que ele usava o sofrimento para trazer as pessoas para perto dele, achava isso um absurdo. 
Talvez eu pense assim porque gosto de ter Deus comigo quando estou alegre, quando conquisto algo, porque reconheço que a alegria que eu sinto vem dele. Também sei que nas horas do aperto, ele me socorre e me mantém de pé.
Daí, que a cada dia eu vejo aquela frase de Lewis de uma maneira diferente. A dor é o que nos torna mais sensível, o que não quer dizer que Deus necessite somente dela para fazer você perceber o quão poderoso ele é.

15/06/2011

letter


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Oi - irei me segurar para não rimar isso aqui com 'boi'.
Diferente das outras cartas, não irei lhe perguntar como você tá, se bem que já posso imaginar a resposta. Sei que seus olhos estão sobre mim o tempo todo e isso não me preocupa mais. Me acostumei com a sua presença, às vezes, o costume é tanto que eu acabo não percebendo, você me perdoa?!
Sim, confesso que comecei tudo isso com a intenção de fazer uma lista de pedidos - porque pedir é fácil.
A verdade, é que agora estou sem saber o que dizer, comofas?!
Já sei, quero dizer obrigada. Obrigada pelo brilho no mar que eu vejo todos os dias ao passar pela 3º ponte. Obrigada também pelo motorista simpático que me esperou chegar no ponto. Obrigada pelo meu coberto e minha meia de sapo. Obrigada pelo céu cinza com branco. Obrigada por essa tranquilidade que sinto em meio caos. Obrigada por se fazer existente e presente nos meus dias.
Eu sei, temos muito o que conversar, mas agora é sua vez de falar.
Será que termino essa carta com 'beijas' ou com 'amém' ?!

07/06/2011

Simplesmente Jimmy

Jimmy Needham é o nome dele. O nome do cara que me conquistou pra valer. Ele e toda a sua família. Sim, ele é casado e isso não me incomoda.
O jeito dele de falar do amor de Deus, do amor entre amigos, do amor entre homem e mulher, da nossa condição de ser humano e muitas outras coisas é claro e objetivo. O Jimmy abre mão das palavras muito usadas no meio cristão e usa da sinceridade de um coração e das palavras simples.
A primeira música que eu ouvi foi Forgiven and Loved ( Perdoado e amado). É sobre um cara que quer saber se foi perdoado e se é amado, já que ele ouve isso dos pregadores na esquina. De alguma forma a letra conseguiu furar o meu coração, sério. A bíblia diz que quando os pecados são perdoados por Deus eles são lançados no mar do esquecimento, só que muitas vezes nós mesmos não temos essa certeza e não conseguimos nos perdoar.

27/05/2011

Born This Way.



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Eu sei, você já viu esse título em outro lugar e tenha certeza de que estamos falando da mesma coisa. 
Fato é, que ninguém está satisfeito/a com o corpo que Deus fez. Não venha me olhar torto ou dizer que esse pecado você não carrega nas costas, porque você vai acumular outro pecado de graça. 
Tudo bem, temos uma coisa chamada: 'padrão de beleza' e todos/as querem participar desse clube social. Queremos ser bem vistos, desejados e cobiçados. Agora seria uma boa hora pra falar como Salomão e dizer que tudo isso é vaidade, mas deixarei pra outra ocasião.
Taí, uma palavra que separada diz muito mais: vá idade.
Voltando ao assunto ... O que mais vemos por aí são pessoas procurando um jeito de mudar o que verdadeiramente são, passando por casos leves como usar uma lente de contato verde (azul ou qualquer outra cor) e indo até aqueles pesados - literalmente falando - em que colocam litros e mais litros de compostos químicos (silicone). 
Confesso, eu odiava o meu nariz, porque todo mundo sempre fazia alguma piadinha com ele. Cheguei até pensar em querer fazer uma plástica, daí eu olhei pro lado e vi pessoas que por algum motivo perderam uma parte do nariz ou o perderam por completo. É aquela velha coisa de vó se-você-olhar-pro-lado-verá-que-seu-problema-é-pequeno.
Não estou dizendo que sou contra cirurgia plástica, só estou dizendo que ela é o jeito mais exposto que você tem de dizer: Deus, obrigada por não ter me dado o corpo perfeito (?).
E como diria Lady Gaga: 

- I'm beautiful in my way, 'cause God makes no mistakes. (♪)

09/05/2011

Coachella



Brooke Fraser 2011

05/05/2011

Missão Impossível

A história do cristianismo está marcada desde do seu início pelas perseguições àqueles que acreditam em Deus. Abel foi morto pelo seu irmão, Noé era chamado de doido porque construiu uma arca esperando por uma grande chuva, os profetas não eram caras que tinham muitos amigos, Jesus foi crucificado por trazer ideias novas para o povo e os discípulos foram perseguidos por continuar a contar sobre essas ideias.
Nos países do Oriente Médio missionários têm morrido em nome de Cristo. Casas são queimadas, pessoas são torturadas e tudo isso porque elas resolveram cumprir a missão que foi designada a todos os cristãos: IDE POR TODO MUNDO E PREGAI O EVANGELHO A TODA CRIATURA.
Aí aparecem as belezinhas que moram em países "livres e tolerantes" e ficam com medo de falarem que vão à igreja só porque podem ser chamados de quadrados, idiotas, burros, recalcados e outras tantas coisas mais.
Tem gente que acha que missão é ficar sentado esperando Deus enviar para África. Tem gente que acha que missão é só na África. Tem outros que nem cogitam a possibilidade de sair da sua zona de conforto e pregar a palavra de Deus.
Missão é muito mais do que isso. Como muitos dizem: missão começa em casa, quando você dá bom testemunho pros seus familiares. Missão é falar pra toda e qualquer criatura (seu vizinho, o tio da padaria, a moça da limpeza) que existe um Deus que deu o seu filho único por amor. Missão é orar por aqueles que sofrem e necessitam de alívio e conforto. Missão é não se conformar com as coisas que acontecem e transformar o mundo.

15/04/2011

Tenha fé


As crianças têm a incrível capacidade de crer. Elas conseguem acreditar em qualquer coisinha que contam pra elas, por mais absurda que essa coisa seja. Isso porque elas ainda não sabem que no mundo existem pessoas ruins e mentirosas.

E nós, os "adultos" ? Tendemos a desconfiar de qualquer um que está a nossa volta. Se confiamos em alguém somos ingênuos e bobos. Temos uma visão pessimista do mundo, por mais otimista que ela seja.
Muitas vezes levamos essa desconfiança para a nossa vida espiritual, e já viu, né? Vai tudo por água abaixo. Nos momentos ruins esquecemos que aquele Deus que abriu o mar ( acreditar nisso é uma enorme prova de fé, já que aos olhos humanos esse fato não tem pé nem cabeça) é o mesmo ONTEM, HOJE E COM CERTEZA SERÁ AMANHÃ. A gente também tem o terrível hábito de se desesperar no meio corrida, parece que chegar no fim é impossível.

Crianças... bem que Jesus nos mandou ser igual a elas...

07/04/2011

Reticências



Amor se tornou uma palavra banal. O amor se tornou tão comum que não faz mais diferença.Eu te amo virou sinônimo de bom dia. Todos se amam, mas ninguém quer o bem do outro.
A compaixão só chega nas tragédias e vai embora na mesma hora que a mídia para de falar delas. O amor ao próximo aparece quando eu já cuidei de mim.
Os ensinamentos de Jesus estão na moda... pena que eles não encontram um solo fértil. Nasce Sol e morre Sol e continuamos presos e imóveis em nossos mundos.
Mas, a esperança é última que morre, ainda existe dentro de nós uma chama que arde. Ainda existe o amor verdadeiro, existe a luz no fim do túnel. Basta colocar lenha nessa fogueira todos os dias e não esperar que uma enchente, um terremoto ou chacinas aconteçam pra pôr isso em prática.

03/04/2011

um-dolaci e já.!


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Chegou o dia que é preciso se levantar do banco, da cama ou da cadeira e agir. Chegou o dia que é preciso calar a boca e arregaçar as mangas. Chego o dia que é preciso vigiar mais e orar em todo o tempo. Chegou o dia que é preciso sair da zona de conforto e enfrentar o novo. Chegou o dia que é preciso abrir os olhos e enxergar a realidade. Chegou o dia que é preciso deixar de se esconder e tomar as responsabilidades sobre si. Chegou o dia que é preciso desconfiar menos e acreditar mais. Chegou o dia que é preciso ter mais fé do que certeza. Chegou o dia que é preciso planejar menos e realizar mais. Chegou o dia que é preciso uma guerra para se conquistar a paz.

23/03/2011

mar e moto.



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O ser humano tem o doce prazer de sempre relembrar o passado alheio, principal e exclusivamente se o tal passado for negro ou cheio de falhas. Se tiver os dois itens citados e mais uma dose de sacanagem, aí que a memória alheia funciona com vontade. É incrível e chega até ser automático. Um detalhe importante é que: nós lembramos do passado daquele fulano que pulou a cerca ou então daquela beotrana que deu pro namorado antes do casamento e ficou 'buchuda', nos esquecendo das milhares de mentiras que contamos durante os dias e das fofocas que fazemos nos corredores.
Eu sei, eu sei, o nosso pecado Deus lança no mar do esquecimento (Miquéias 7.19), daí eu venho e te pergunto:  - e os pecados do fulano e da beotrana não são tratados do mesmo modo?!
Talvez, você deva pensar que o seu pecado não trouxe uma consequência ou que você pecou sem-querer. Talvez você deva pensar que o/a outro/a não merece perdão ou misericórdia, eu não te condeno. Por muito tempo eu pensei assim, até meus olhos se abrirem e eu perceber que não presto tanto quanto o/a outro/a que eu queria condenar.
Lembre-se que a misericórdia e a graça de Deus não é SÓ sobre a sua vida, que Cristo morreu por todos e fim. 

21/03/2011

Meu, meu, meu.!


Quem já viu Procurando Nemo deve lembrar daquelas aves que ficam gritando: Meu, meu, meu... A coisa é super irritante, eu tenho vontade de atirar um pedra naqueles bichos. Pois então, quem é de alguma igreja com certeza já ouviu um irmãozinho dizer a mesma coisa.

-Essa igreja é minha.
-Esse banco fui eu que comprei.
-Ah eu doei dinheiro pra comprar os equipamentos de som.

Você fez tudo isso, irmão? Parabéns, talvez tenha ganhado umas pedrinhas na sua coroa. Mas eu acho que você esqueceu de um detalhe importante, o dono dessas coisas é Deus.
Não importa o quanto você retirou da sua conta bancária, quando você fez a "doação" ele já deixou de ser teu.

Na igreja é pregado o desapego às coisas materiais, mas o povo não quer largar o osso. A igreja não é nossa, o banco, o piso e o ventilador também não são. Já passou da hora da gente se preocupar pra onde vai a nossa alma e não pra onde os jovens vão levar o violão.
O pior de tudo é que, como no filme, fica um em cima do outro tentando aparecer. Vamos lembrar que nada disso será levado pro céu. Façamos a nossa parte de boca fechada.

17/03/2011

sincera mente.




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Tem gente que já me julga só pelo fato deu ir na igreja. Preciso dizer que isso me causa dores no dedão esquerdo e coceira no pé direito?! Desde que o mundo é redondo estamos acostumados a julgar pelas aparências, nesse caso, pela aparência do local.

Caminhando pra casa, cheguei a conclusão que o meio onde eu estou não influência em nada na minha essência, até eu permitir que a mudança aconteça. Ou seja, o fato deu ir num bar, não me torna uma pinguça ou pé-de-cana. Do mesmo jeito que o fato deu ir numa boate não me torna uma puta-a-procura-de-alguém. Assim sendo, o fato deu ir na igreja não me torna uma cristã de verdade ou uma pessoa decente.
O meio que você vive, só interfere no seu eu quando você deixa isso acontecer. Você pode ir num bar e pedir um suco de laranja sem açúcar, e se sentir bem com isso. Você pode ir numa igreja, ouvir o que eles dizem e se esquecer de tudo assim que colocar o pé do lado de fora. Pode acreditar que esses acontecimentos acontecem todos os dias ou todos os finais de semana. Mas, a partir do momento que você entrar num bar e pedi uma dose de conhaque ou uma garrafa de cerveja, a mudança acontece e você corre o risco de não conseguir controlar o que virá depois. A comparação com a igreja morre aqui, porque com Deus o pagode rola de outro jeito. Você pode ouvir um sermão/conselho/qualquer-coisa-da-Bíblia e praticar, mas a partir do momento que você resolve não querer, simplesmente acaba. Isso é o que conhecemos pelo nome de: livre arbítrio.
Então não venha colocar a culpa em ninguém ou no meio onde você vive, pois a escolha é só sua.

15/03/2011

ctrl+c ctrl+v


Passamos a vida na igreja ouvindo: Não se guie pelos homens, olhe pra Jesus.
Uma vez Paulo, o da bíblia, disse que para nós sermos os seus imitadores como ele foi de Cristo.Fazendo isso ele corria sérios riscos de se expor, de ser julgado pelos seus atos pecaminosos.
Acho que com isso ele quis dizer: Ei, olha aqui! Meu nome é Paulo, sou um cara bem vivido. Já fui perseguidor e assassino de cristãos. Hoje eu sigo a Cristo. É, aquele mesmo que eu perseguia. Bem, como vocês podem ver,eu não sou um cara perfeito. Já fiz muitas besteiras na minha vida, já enfiei o pé na jaca por causa da ignorância. Mas hoje eu posso afirmar que Jesus Cristo mudou o meu viver. Não faço as mesmas coisas de antigamente. Tô longe de ser perfeito, porém, eu sigo aquele que é. Erro e me arrependo.Não tô nem aí pro pensavam, pensam ou pensarão sobre mim, eu vivo pra Cristo.
Homens erram, pecam, se frustram, choram, ficam com raiva e por isso devem servir de exemplo para os outros. Afinal, eu não sou perfeito, e você?

12/03/2011

ponto e vírgula.


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A verdade é que, Cristo se importa e sofre com meu e com o seu sofrimento. Às vezes, nos sentimos vítimas e nos comportamos como tal, só que Ele se importa com isso. Ele quer mudar isso, mas para isso você precisa abrir a porta. Cristo chora com você. Cristo tem ciúmes de você. Cristo ama você, não um amor qualquer, não um amor interesseiro, não um amor de momento, Ele te ama todos os dias, Ele te ama quando você erra, Ele te ama quando você fica sem tomar banho ou escovar os dentes, Ele te ama quando você está com ou sem dinheiro, Ele te ama quando faz sol ou chove, Ele te ama.
A verdade é que, não há nada que você possa fazer para acabar ou diminuir o amor que Ele sente por você. Ele te amará mesmo assim, você terá que conviver com isso. Quando o sofrimento vier, quando as lágrimas fluírem, quando a dor for grande, lembre-se: Ele te ama e se encontra do seu lado, abra a boca e troque uma ideia com Ele, não custa nada e faz um bem enorme.
Não vá pensando que o amor dEle vai te livrar de todas as frustrações do mundo ou que com isso você viverá sempre sorrindo. O amor dEle é o que te sustentará nesses momentos e dias, o amor dEle é o que trará conforto para o seu coração, o amor dEle é o que te fará ter certeza de que dias melhores virão.
É só deixar acontecer.

# o amor no seu sentido mais real.

More than life

Uma das minhas músicas favoritas tem como refrão a seguinte frase: I love you more than life (eu te amo mais que a vida), e um dia desses eu me peguei pensando até que ponto isso era verdade. Cheguei a conclusão que estou longe de retribuir o amor da cruz. O amor incondicional, que tudo espera e tudo crê.
Não estou negando o meu amor por aquele que me criou e que cuida de mim, só digo que não vivo esse refrão
Se eu o amasse MORE THAN LIFE, com certeza pararia de me preocupar tanto com a minha própria vida. Não gastaria tanto tempo na internet, com seriados, filmes, unhas, sono e livros, mas passaria mais tempo na presença Dele, conversando e conhecendo essa pessoa maravilhosa e infinita que ele é.
Meu maior problema nesses 20 anos de caminhada cristã foi pensar que ir a igreja todos os domingos, participar de conferencias, e ouvir música gospel seria o suficiente para ser uma imitadora de Cristo.
Sei que a tarefa não é fácil. Ela pede renúncia, pede coragem pra pegar e carregar a cruz, e ainda não ter vergonha de ser chamada de chata, antiquada, reprimida.
Ele morreu na cruz por mim. Será que que eu morreria por ele?